sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Marujada de Bragança no Festival Cultural

A celebração do nosso folclore e cultura são o mote da decoração, dos estandes e das atrações musicais da Feira “Pará de Todas as Cores, Todas as Crenças”, que segue suas atividades até domingo, 25. Na programação de hoje, a dança e o canto estão a cargo do Grupo de Percussão Vale Música, da Marujada de São Benedito, do Grupo Folclórico Frutos do Pará e do rei do carimbó, o Pinduca.

Abrindo a programação de hoje e do sábado, o Grupo de Percussão Vale Música se apresenta com 25 integrantes, todos na faixa etária entre 12 e 19 anos. No repertório do grupo, composições clássicas e populares, arranjadas para a percussão, como carimbó, samba e retumbão, para se encaixar na proposta de pluralidade da feira. O grupo foi formado através do programa Vale Música, que investe em cultura e promove inclusão social por meio da música clássica. No Pará, o programa foi implantado em 2004 e beneficia 300 alunos, com idades entre sete e 22 anos, da região metropolitana de Belém.



Parte do projeto Orgulho do Pará, a Feira Cultural expõe a diversidade do estado através da música e de grandiosos estandes, onde estão representadas nossa fauna e flora; nossos frutos; nossas crenças (como o Círio de Nazaré, a Umbanda e a Igreja Universal do Rei de Deus); nosso artesanato (vasos de Icoaraci, as biojoias, o miriti, os cheiros e perfumarias); nossas lendas (Matinta Perera, Cobra Grande, Boto, Curupira e Iara); nossas danças e festas culturais, como o Sairé de Santarém, os Bois de Odivelas e a Marujada, que surgiu há mais de 200 anos em Bragança.

“Essa manifestação foi formada desde a época dos escravos em homenagem a São Benedito, protetor dos marinheiros. Ele era cozinheiro num convento de padres e uma vez, quando levava comida para alimentar os pobres e foi repreendido, fez os alimentos se transformarem em flores vermelhas, brancas e azuis. Por isso utilizamos essas cores nas nossas vestimentas”, contou Raimundo do Socorro Ferreira de Souza, presidente da Marujada de São Benedito, que fica sediada em Ananindeua.

Segundo ele, os músicos da Marujada Matriz – de Bragança – participam da apresentação de hoje, que terá surpresas como a presença do santo protetor à frente da Marujada, para abençoar a todos. “Vêm cinco músicos de lá que se somam aos nossos quatro, tocando tambores, banjos, violinos e pandeiros. Também vamos levar um conjunto de quinze pares que irão dançar”, numerou Raimundo, acrescentando que será um belo espetáculo onde público irá dançar o verdadeiro xote bragantino.

DIVERSIDADE

Após a festa da Marujada, que representa a região do Salgado, os ritmos e as cores do Marajó são a atração da noite. Com espetáculo “Amazônia Lendária”, o Grupo Folclórico Frutos do Pará se apresenta, dançando e interpretando as lendas da Matinta Perera, da Cobra Grande, contando a história do Açaí e encenando a Festividade de Nazaré.

De acordo com Paulo Oliveira, coordenador do grupo, o Frutos do Pará foi criado há 19 anos e pesquisa e trabalha mostrando danças mais básicas como o lundum e o siriá até outras pouco exploradas, como a ciranda do Norte e o marabiré do Sairé.

“Essa feira dá oportunidade do público encontrar as principais manifestações do nosso estado, uma riqueza que reforça a nossa identidade”, frisou Paulo.

“Quem vai ao Pará parou, tomou açaí, ficou”, é assim, cantando, que Pinduca anuncia seu repertório no show que dará na Feira Cultural. “Será bem caboclo, vou retirar dos meus 33 discos as músicas que mais falam das coisas do Pará”.

Para ele, que é um grande divulgador da nossa cultura através da música, o evento é uma ótima oportunidade para expor os valores do estado. “Tem tanta coisa boa na programação, olha o nosso poeta Nilson Chaves com as canções que falam de Belém, o boi-bumbá. É realmente uma grande sacada reunir todas essas expressões numa feira”, reforçou Pinduca, que promete um show quente e alegre, onde contará com 19 pessoas na apresentação, entre músicos e dançarinos. (Diário do Pará)
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